As invocações da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial prosseguem hoje (dia 9 de abril), no cemitério militar português de Richebourg, no norte de França, nas quais participará também o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.

MarceloLouvouPortuguesesParis

O Presidente da República e o primeiro-ministro prestaram tributo aos mortos da Primeira Guerra Mundial numa cerimónia militar no monumento ao soldado desconhecido, debaixo do Arco do Triunfo, em Paris.

Às 18h25 locais (17h25 de Lisboa) do dia 8 de abril, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa chegaram ao monumento situado no centro da capital francesa para a cerimónia do "reavivar da chama".

Debaixo do Arco do Triunfo, entre representantes de entidades como o núcleo de Paris da Liga dos Combatentes, encontravam-se a assistir alguns descendentes de soldados portugueses que participaram no conflito mundial, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro, o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, além de deputados de todos os partidos com assento parlamentar.

Viam-se também entre a assistência algumas bandeiras portuguesas.

Durante a cerimónia militar de homenagem ao soldado desconhecido francês ouviram-se os hinos de Portugal e de França e fez -se um minuto de silêncio.

Com esta cerimónia e o descerrar de uma placa evocativa na Avenue des Portuguais (Avenida dos Portugueses), também em Paris, iniciaram-se dois dias de evocações do centenário da batalha de La Lys, travada no norte de França, e uma das mais mortíferas da história militar portuguesa.

Primeiro, em francês, o chefe de Estado evocou “a longa história de amizade e de fraternidade que tem séculos e séculos mas que está sempre presente” entre Portugal e França e agradeceu “tudo o que a França faz todos os dias pelo milhão e meio de portugueses e seus descendentes que são também franceses mas nunca esquecem as suas raízes”.

Depois, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, em português, que ele, o primeiro-ministro, deputados, governantes, chefes militares e embaixador de Portugal em França estavam “juntos no essencial”.

"O essencial hoje é evocar os melhores de todos nós que se bateram há 100 anos por Portugal e pela França, mas evocar a nossa amizade e também a nossa força, a nossa força, portugueses, porque somos fortes, somos fortes no nosso território e somos fortes fora do nosso território”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa antes de ir cumprimentar a multidão, num amontoado de abraços e ‘selfies’.

O chefe de Estado agradeceu aos portugueses presentes, em nome de Portugal, e declarou: “Todos os que estão aqui e muitos mais, sois todos vencedores. Vive la France, Viva Portugal!".

Antes do discurso, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa foram cumprimentar vários autarcas portugueses e lusodescendentes, representantes de antigos combatentes e Felícia Pailleux, filha de um soldado luso que esteve nas trincheiras e porta-estandarte do Corpo Expedicionário Português.

Além de Marcelo Rebelo de Sousa e do primeiro-ministro, António Costa, estiveram presentes na cerimónia a autarca de Paris, Anne Hidalgo e entidades militares francesas.

A Batalha de La Lys decorreu no dia 09 de abril de 1918 e resultou de um intenso ataque alemão contra as forças aliadas, nas quais os portugueses estavam integrados, fazendo mais de 7.000 vítimas portuguesas, entre mortos (400), feridos e prisioneiros (6.600).

Os militares portugueses que combateram na Europa (cerca de 50.000) chegaram a França no início do ano de 1917. A Primeira Guerra Mundial terminou em novembro de 1918 com a vitória dos aliados.

In «Revista Port»