Os portugueses que estão na Venezuela "estão a ser acompanhados, não estão abandonados". A garantia foi deixada hoje pelo deputado do PSD/Madeira na Assembleia da República, Paulo Neves, no final de uma visita ao Centro das Comunidades Madeirenses.

PauloNeves

"Os portugueses – não são venezuelanos, são portugueses que estão na Venezuela e que estão a passar uma situação muito difícil neste momento - não estão abandonados", vincou o parlamentar, dizendo que o Governo da Madeira está a acompanhar "com muita atenção" os problemas da comunidade.

Exemplo disso, adiantou, é o trabalho que está a ser desenvolvido no Centro das Comunidades Madeirenses. Um trabalho que "impressionou, mas não surpreendeu" o deputado social-democrata, que destacou o exemplo que o Executivo regional tem dado nesta matéria, ao mesmo tempo que elogiou a "dedicação" dos funcionários daquele organismo.

"O exemplo que o Governo Regional tem dado na receção dos madeirenses da Venezuela, e a dedicação dos funcionários deste Centro tem sido extraordinário", disse Paulo Neves, explicando que a visita, realizada a convite do secretário regional da Educação, Jorge Carvalho, que tutela o Centro, serviu para "tomar consciência" do que é procurado e o que é feito naquele organismo.

"Um trabalho exemplar, em que os que regressam são olhados como qualquer outro português: sem discriminações negativas ou positivas", destacou, dizendo que esta situação, embora tenha uma elevada carga dramática para muitas famílias, pode e deve ser vista como uma oportunidade para a Região e para aqueles que têm sido forçados a regressar.

"Isto é uma oportunidade para Região. Uma oportunidade de termos mais jovens e pessoas muito capacitadas", notou, dizendo que tem feito pressão junto da Secretaria de Estado das Comunidades e do Ministério dos Negócios Estrangeiros para que as certificações profissionais sejam agilizadas.

"São pessoas muito qualificadas e se não ficam cá, vão para outro lado. Alguns têm escolhido Espanha, precisamente por causa disso", alertou, dizendo que este tem sido um tema abordado com o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro.

"É bom que se passe a mensagem: os portugueses na Venezuela estão a ser acompanhados", sublinhou, adiantando que as autoridades portuguesas vão ter redobrada atenção nas próximas semanas, com o aproximar das eleições naquele país sul-americano.

Paulo Neves, que integra a Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portugueses da Assembleia da República, fala de uma "estratégia comum" em relação à Venezuela, que envolve os governos da Madeira e da República e os deputados em São Bento.

Outra questão, que Paulo Neves tem insistido com o Governo da República é a necessidade de reforçar o pessoal consular - não só na Venezuela, mas em outras representações diplomáticas, como a Colômbia, Brasil, Inglaterra ou Espanha, para onde têm partido muitos portugueses da Venezuela.

"Também nessas embaixadas e nesses consulados, tem de existir uma maior sensibilidade do pessoal para esta questão", concluiu o deputado.

In «Jornal da Madeira»