Estou a escrever estas linhas no dia internacional da Mulher, daí achar oportuno começar este meu artigo prestando uma homenagem singela mas sincera a todas aquelas mulheres que nas nossas comunidades espalhadas pelo mundo têm tido um papel decisivo no apoio aos seus cônjuges e descendentes sem verem os seus méritos reconhecidos.
Digo isto, não só pelo que fizeram e fazem como mães, companheiras de rota e autênticas gestoras de dor e sofrimento mas também como empreendedoras e conselheiras especiais. Aliás, falo inclusivamente e para alegria minha, por experiência própria.
Com efeito sou dos que acreditam naquela máxima de que “ao lado de um grande homem está sempre uma grande mulher“ e, claro, vice-versa.
Mudando de assunto, ultimamente tenho notado um despertar salutar sobre a necessidade de, neste mundo global, a Madeira poder contar com as nossas Comunidades e seus descendentes para efeitos daquilo que outras comunidades já praticam ativamente e que é a criação de verdadeiros grupos de pressão ou melhor de influência pelo mundo fora. Melhor tarde do que nunca!
Quero também manifestar como madeirense e homem do turismo internacional, o meu regozijo pelos fantásticos números que o turismo da Região Autónoma da Madeira tem vindo a registar nos últimos anos.
São nestes momentos que urge trabalhar em antecipação para continuar estes registos no futuro o que não vai ser, como é sabido, tarefa fácil. É de enaltecer o aumento em 700.000 euros decretado pelo Governo Regional para o orçamento da promoção com o objetivo de estancar as descidas de mercados tradicionais para a nossa Região Autónoma. Embora não duvidando de que haja muitas e boas ações previstas, seria bom que se conhecesse igualmente qual a participação adicional e ideias dos privados relativa a este problema.
O Alojamento local está com um crescimento assinalável. Tendo em conta que muita desta oferta se encontra dispersa por toda a região e engloba também muita gente não residente, será que como acontece com o turismo rural existe uma estrutura que dê apoio a este segmento em matéria organizacional e logicamente promocional?
Há algo que a Madeira tem que ninguém lhe tira e que é as suas belezas naturais invulgares aliadas a um bom clima e o calor humano do seu povo. Mas isso não basta!
O turismo, em geral, não é uma atividade que se compadece com o que quer que seja e nos tempos que correm todo o cuidado é pouco! Daí o perigo de se fazer determinado “ruído” nas redes sociais e não só com assuntos que prejudicam a imagem da nossa terra como destino turístico.
Sinto que os tempos e por conseguinte as mentalidades começam a mudar e que determinadas regiões que eram destinos típicos para os mercados europeus e que atravessaram e ainda atravessam momentos muito difíceis, começam, graças a um trabalho de “laboratório” a entrar num caminho de recuperação.
Por isso, há que trabalhar mãos nas mãos com um diálogo consistente com os “players” turísticos, “online” e “offline”, líderes de opinião e outras entidades do sector, visando o acerto de passos a todos os níveis.
O tema aeroporto e seus “ventos cruzados” é, em termos de estudo, de grande importância para a Madeira. A solução para minimizar os transtornos é urgente mas a comunicação tem de ser objeto de uma reflexão cuidada. Nesse sentido, a ideia do alargamento da placa do aeroporto de Porto Santo e respetivas infraestruturas de apoio, a possibilidade do Lobo Marinho fazer, quando o mar o permita e sempre que necessário, operações especiais para e do Caniçal, e finalmente a de basear duma forma pontual no Porto Santo ou Madeira, um avião turbo-hélice, como o Bombardier QS400 da SATA de 80 lugares, com menores restrições operacionais, são iniciativas que merecem ser tidas em consideração. Todavia é importante que a ideia que se passe para o exterior seja de ocorrências ocasionais e não de prática corrente. Vem-me à memória os “croquis” do aeroporto da Madeira na imprensa internacional aquando do acidente com o avião da TAP em 1978 e que nada tinham a ver com a realidade. Temos concorrentes que não dormem...
Acredito, por experiências vividas a bem da nossa Terra num passado recente, na entrega e criatividade de quem tem a tutela do turismo e não me surpreende que entre muitas outras ações que tem em mente, o binómio vinho Madeira / destino turístico Madeira venha a ser muito melhor aproveitado no futuro em países como, por exemplo, os Estados Unidos da América, Japão e China.
Acredito também na excelente equipa da Associação de Promoção da Madeira e claro na dinâmica empresarial do sector.
Força Madeira!