A fazer lembrar uma tradição antes vivida anualmente e com grande entusiasmo nas três consideradas principais colectividades lusas de Pretória

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dotadas de instalações próprias, como no tempo eram a ACPP, a Casa do Porto e a Casa Social da Madeira, mas que gradualmente se foram perdendo no tempo, apenas esta última, depois de um interregno de sete anos, já que o último fora festejado a 11 de Março de 2011, nas instalações que presentemente continua a ocupar em Boschop Road, a oriente da capital sul-africana, a reviver na noite do penúltimo sábado, 17 de Fevereiro, um evento que de ano para ano ganha cada vez mais projecção em Portugal, especialmente em locais como Torres Vedras, Loulé, Ovar, Estarreja, Mealhada e Funchal, além de muitas outras que por todo o país procuram dar nas vistas, e tentar subir na cotação que lhes é conhecida nessa folia. Entre a boa afluência registada, contavam-se o casal de comendadores Estêvão e Manuela Rosa, a chanceler da nossa embaixada Carlota Amorim, e como presidentes de outras instituições citadinas, Paula de Castro pelos Lusíadas e Nela Calado pela Liga da Mulher Portuguesa desta mesma cidade, além de outros membros directivos ligados a esta CSM, entre os quais Augusto Rosa, Gilberto Basílio, Miguel Carreira, Lino Faria e João Serradinho, estes três últimos que ali deram a sua preciosa ajuda no controlo de entradas, e atendimento ao bar e no “buffet”. Com o salão devidamente engalanado, bem de acordo com o evento que ali era festejado, a começar pela fina decoração das mesas redondas, que a juntar às cadeiras encapadas a branco, mais parecia que de “gala” se tratava o convívio da noite, conjunto de factores a contribuírem para a alegria estampada no rosto do líder directivo desta Casa Social da Madeira, Samuel da Silva, que não parava em contactos com as pessoas que ali marcavam presença. Regista-se que para além de outros artistas de reconhecido valor que actuaram em determinados eventos na CSM, no reinado de Samuel da Silva, destacar neste âmbito Augusto Canário, e agora esta famosa dupla brasileira, considerada a mais adequada ao cariz do evento, atendendo ao modo como no Brasil o carnaval é festejado, a por à prova a sua incontestável coragem, em procurar satisfazer os associados da colectividade a que preside, e simultaneamente a comunidade lusa aqui radicada, com a contratação de credenciados nomes da nossa música popular, para os destacados eventos que ali vão sendo promovidos, a porem à prova a sua competência, e simultaneamente a aumentar o seu grau de popularidade, factores que certamente terão pesado na sua escolha para coordenador nos últimos festejos do Dia de Portugal, na cidade de Pretória. Digno de registo também nestes festejos, as pequenas máscaras de diferentes estilos e chapéus de variadas cores colocadas pelas mesas, a fim de poderem ser usados gratuitamente pelos seus ocupantes, e antes de ser servido o jantar, colocados também em cada uma delas, pratos de bom camarão como aperitivo, gestos a deixarem admirados no bom sentido, os que ali assistiram a esta festa de carnaval, apenas faltando alguns mascarados para completo sucesso. Quando Samuel da Silva procedeu em palco à saudação e agradecimento aos - nesta festa, referiu a par de se sentir lisonjeado, ser para si como presidente da CSM um privilégio, apresentar ali os artistas internacionais de alto gabarito, como são os irmãos Lucas e Matheus, vindos directamente do Brasil para o “show” que se iria seguir, para quem pediu a estrondosa salva de palmas a ecoar pelo salão, esperando ser o mesmo do agrado geral, com votos de uma noite bem divertida para todos, como efectivamente se viria a verificar, a deixar a indicação da tradição nesta casa não vir a ficar por aqui. Na pequena troca de impressões com Lucas e Matheus, ficamos a saber serem ambos naturais de localidade no interior do estado de S. Paulo, que viajam para Portugal há vinte e cinco anos, onde têm actuado de norte a sul do país, ultimamente com mais de cinquenta “shows” anuais, por aqui se vendo passarem a maior parte do tempo no nosso país, que ambos, pela maneira como por todo o lado são recebidos e tratados, aprenderam a amar e hoje praticamente já consideram como seu. Quanto à África do Sul, que antes só por aqui haviam passado há mais de dezoito anos a caminho de Moçambique, puderam agora, nestas poucas horas de permanência constatar tratar-se de um país maravilhoso e em franco desenvolvimento, para no aspecto de segurança, com a violência a alastrar assustadoramente por todo o mundo, estar este país longe de ser o que lá fora muitas pessoas dizem, razão porque a grande comunidade portuguesa que aqui reside, deseja continuar em actividade e a contribuir para o desenvolvimento desta terra que também consideram como sua, tal como acontece com muitas pessoas que vão para o Brasil, e não obstante recomendadas para em segurança terem cuidado, chegam lá, passado algum tempo já de lá não querem sair, certamente o que por aqui e outros lados vai acontecendo. Quanto a actuações no estrangeiro destes dois famosos irmãos brasileiros, ficámos a saber que para além dos espectáculos que por todo o lado têm dado em Portugal, são constantemente convidados para “shows” praticamente por todo o mundo, daí e para além da Europa, em países como Canadá e Estados Unidos da América, a juntar a outras terras como Bermudas e Ilha Victória, bem como noutras onde se fala português, casos de Moçambique, Cabo Verde e Açores, isto como principais, já que se torna difícil enumerá-las todas. No “show” que como único agora aqui deram na Casa Social da Madeira, onde a sua actuação foi constantemente sublinhada de constantes aplausos dos presentes de modo a realçar o seu valor, daí e por se sentirem acarinhados, aliado ao facto de apenas agora aqui permanecerem dois escassos dias, se despedirem em palco com um “Adeus”, como sublinharam até breve, o que como deixaram bem claro, a avaliar pelo modo como por Samuel da Silva foram contactados, recebidos, tratados e respeitados todos os pontos agendados nos compromissos assumidos, os entusiasmar de maneira a voltarem num futuro breve, se possível com mais tempo à África do Sul. Foram acompanhados nesta digressão considerada relâmpago à África do Sul, Vander Jerónimo à guitarra, Rafael Campanile na viola baixo, Robinho nos teclados, e Ricardo Ribeiro na bateria, com o sistema de som a cargo da Fame Productions, esta que depois da actuação dos ditos artistas brasileiros, ali continuou com a música para o animado baile com que até já bastante tarde foram encerrados estes festejos carnavalescos, que pelo seu carácter nos fazem lembrar a nossa terra, e graças a alguma carolice ainda vamos revivendo, para não falar de outros que herdamos dos nossos antepassados e gradualmente vão caindo no esquecimento.

In «O Século de Joanesburgo»