Portugal e a Venezuela prevêem assinar hoje vários acordos de cooperação no âmbito da reunião de dois dias da comissão mista de acompanhamento bilateral, que começou na segunda-feira em Caracas.
“A comissão mista trabalhou bem e chegamos à data da reunião, que assinala os progressos que se conseguiu fazer e que também tem os diferentes anexos que resultaram do trabalho das várias mesas que compõem esta comissão de acompanhamento”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros português.
Augusto Santos Silva falava à agência Lusa, em Caracas, no âmbito de uma visita oficial de quatro dias à Venezuela, durante a qual Portugal disponibilizou-se para ajudar Caracas relativamente ao fornecimento de alimentos, medicamentos e outros bens de primeira necessidade, que escasseiam localmente.
“Ficou marcada para amanhã (hoje em Lisboa) a assinatura formal da ata da comissão, e portanto, o seu encerramento formal”, frisou.
Segundo o Augusto Santos Silva, após a participação de vários ministros venezuelanos nos trabalhos da comissão mista, “colhe a impressão de que, malgrado as dificuldades porque passa atualmente, a Venezuela continua muito interessada no relacionamento bilateral com Portugal e Portugal interessado está nesse relacionamento bilateral”.
“Portugal pensa que para que esse relacionamento bilateral progrida, é preciso que as condições económicas e sociais da Venezuela também melhorem. Acreditamos que para que isso possa suceder é preciso encontrar uma solução para os problemas políticos que se vivem hoje na Venezuela”, disse.
Por isso é que Portugal e os restantes países da União Europeia têm “incentivado tanto” as partes “a empenharem-se no processo de diálogo em curso para que se chegue a um compromisso em que todos se revejam”.
O chefe da diplomacia portuguesa espera, ainda hoje, ter a “oportunidade de ter uma reunião com as autoridades venezuelanas para lhes transmitir justamente as preocupações essenciais com que ficou com os contatos com as comunidades portuguesas”.
“Esse era o outro objetivo da minha visita para além de presidir à comissão de acompanhamento pelo lado português”, sublinhou.
Segundo o ministro, “a comissão de acompanhamento nas questões económicas e também nas questões educativas e culturais que estavam em cima da mesa correu bem”.
Não obstante, ficou “com várias preocupações que lhe foram transmitidas por elementos muito qualificados das comunidades portuguesas”, as quais terá também oportunidade de abordar com as autoridades venezuelanas, indicou.