A primeira visita oficial do Presidente da República à Madeira será já a 1 de Julho, Dia da Região. Marcelo Rebelo de Sousa acertou com o presidente do Governo Regional a presença nas comemorações, ainda antes de tomar posse.

Visita de Marcelo a RAM a 1 de julho

A presença de um Presidente da República no Dia da Região contraria o que tem é regra há muito tempo, com as comemorações a terem um âmbito quase exclusivamente regional.

Marcelo vem ao de 1 de Julho, dando um sinal claro de aproximação às regiões autónomas que não foi a marca do anterior titular, Cavaco Silva.

Uma distância que também levou a que o Dia de Portugal, a 10 de Junho, só tenha passado pelo Funchal uma única vez e há quase 35 anos. Em 1981, era Ramalho Eanes Presidente da República, as cerimónias oficiais do Dia de Portugal decorreram na capital madeirense. Desde então nunca mais regressaram à Região.

Até os Açores tiveram mais participação, com Ponta Delgada (1989) e Angra do Heroísmo (2003) a entrarem na lista das cidades que recebem o 10 de Junho, desde 1977.

Lisboa, por cinco vezes e o Porto, com quatro cerimónias, são as cidades que mais vezes receberam o Dia de Portugal.

O Alentejo - Portalegre (1978), Évora (1986), Beja (2002) e Elvas (2013) - recebeu as cerimónias por quatro vezes.

Ireneu toma posse nos próximos dias
Marcelo Rebelo de Sousa começou a tomar decisões sobre a Presidência da República ainda antes de tomar posse. Uma das primeiras foi anunciar que iria reconduzir Pedro Catarino e Ireneu Cabral Barreto como representantes da República para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Uma decisão rápida que contraria a prática anterior que passava por um período de espera muito maior.

Ontem, Marcelo já terá informado os dois representantes que assistiram á sua tomada de posse que deverá nomeá-los rapidamente. Segundo foi possível apurar, a tomada de posse de Ireneu Barreto e Paulo Catarino terá lugar, no Palácio de Belém, dentro de poucos dias. Um calendário que também contraria os procedimentos estabelecidos por Cavaco Silva que há cinco anos só deu posse aos Representantes da República a 11 de Abril, cerca de um mês depois da tomada de posse do Presidente da República.

n Ontem, também já era conhecida quase toda a equipa que trabalhará com Marcelo em Belém. Fernando Frutuoso de Melo, que vem de Bruxelas, será o chefe da casa Civil e João Carvalho Cordeiro, general da Força Aérea, chefiará a Casa Militar.

Além dos representantes da República, também já são conhecidos os cinco nomes indicados pela Presidência para o Conselho de Estado: António Guterres, António Lobo Xavier, Eduardo Lourenço, Leonor Beleza e Luís Marques Mendes.

Ao nível dos assessores da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa deverá manter António Araújo, que trabalhou com Cavaco Silva e, pelo que foi noticiado até agora, deverá nomear a tenente-coronel da Força Aérea Diná Azevedo como assessora militar e José Augusto Duarte, embaixador em Moçambique, como assessor diplomático. A equipa completa deverá ser conhecida esta semana.

Albuquerque já tinha comunicado ausência
A ausência do presidente do Governo Regional da Madeira na tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa foi notada. Além do relacionamento institucional com a Presidência da República, é conhecida a proximidade entre Miguel Albuquerque e Marcelo. Antes de anunciar que era candidato, o agora presidente da República veio à Madeira jantar com o presidente do Governo Regional, uma das personalidades que ouviu durante o período de reflexão.

A ausência da tomada de posse é motivada por uma viagem do presidente do Governo Regional que já estava programada. Uma situação que foi comunicada a Marcelo no encontro entre os dois em que ficou acertada a presença do PR no Dia da Região.

A Madeira esteve representada por Tranquada Gomes (presidente da Assembleia, Ireneu Barreto (Representante) e Sérgio Marques (secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus).

in Diário de Notícias da Madeira