O número de portugueses que chegou ao Reino Unido para trabalhar caiu 18% nos primeiros nove meses deste ano comparando com o mesmo período de 2016, segundo estatísticas oficiais britânicas divulgadas hoje.
De acordo com o ministério do Trabalho e Pensões, entre janeiro e setembro de 2017 inscreveram-se na Segurança Social, formalidade obrigatória para quem quiser trabalhar no Reino Unido, 25.238 portugueses, menos 18% do que os 30.762 registados nos mesmos nove meses de 2016.
Portugal, que chegou a estar entre as cinco nacionalidades com maior número de entradas no registo da Segurança Social britânica, caiu agora para a sétima posição, atrás da Roménia, Polónia, Italia, Bulgária, Espanha e França.
Destes países, apenas a Bulgária assistiu a um aumento do número de chegadas ao Reino Unido, tendo, no geral, o número de imigrantes da União Europeia decrescido 13% nos primeiros meses de 2017, comparando com o mesmo período de 2016.
A queda da imigração portuguesa iniciou-se em 2016, depois de cinco anos consecutivos de subida, coincidindo com o ano do referendo de 23 de junho, cujo resultado ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.
Em 2016, pediram um número de Segurança Social no Reino Unido 30.543 portugueses, menos 1.758 portugueses (5%) do que em 2015, ano em que as inscrições atingiram um pico de 32.301.
Esta tendência coincide com as últimas estatísticas sobre os fluxos migratórios no Reino Unido, para onde imigraram 572 mil pessoas nos 12 meses desde junho de 2016, mês do referendo que determinou o Brexit, menos 80 mil do que entre junho de 2015 e junho de 2016.
Segundo o Office for National Statistics (instituto de estatísticas britânico), a redução na imigração britânica é atribuída em mais de 75% aos cidadãos europeus, cujo número caiu 82 mil desde junho de 2016 até junho de 2017 para apenas 107 mil novos imigrantes europeus no Reino Unido.
Apesar da redução, a imigração para o Reino Unido continua a ser mais elevada do que o número de residentes que deixam o país, contabilizado em 342 mil pessoas.
Mais uma vez, o número de europeus que decidiu deixar o Reino Unido aumentou desde o referendo de 2016, tendo 123 mil abandonado o território britânico nos 12 meses após junho de 2016, um aumento de quase 30% relativamente ao período anterior.