As remessas dos emigrantes têm vindo a crescer de forma consolidada, o que demonstra a confiança dos portugueses da diáspora no futuro de Portugal, afirmou hoje o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
“Contrariamente a algumas afirmações feitas, sobretudo, na transição de 2015 para 2016, as remessas dos emigrantes para Portugal têm vindo a crescer de uma forma consolidada”, declarou à Lusa José Luís Carneiro.
Segundo o secretário de Estados “as remessas cresceram de 2015 para 2016. Cresceram também de 2016 para 2017, ou seja, tem vindo a crescer porque o ano ainda não terminou, mas tudo indica que os números serão ainda melhores aos relativos a 2016”.
“Isso significa que os portugueses no mundo continuam a dar sinais muito claros de que confiam no seu país e que apostam em Portugal em relação ao seu futuro, ao que esperam encontrar para si próprios e para os seus descendentes”, sublinhou.
Portugal, com um total de 3.343 milhões de euros, tem o maior saldo entre os Estados-membros da União Europeia (UE) de verbas provenientes de pessoas residentes fora do país, divulgou hoje o Eurostat.
Num total de 24.064 milhões de fluxos de emigrantes na UE, Portugal tem a maior "fatia" (3.343), seguindo-se a Polónia (3.014), o Reino Unido (2.454) e a Roménia (2.449 mil milhões de euros), segundo dados de 2016.
Considerando remessas de emigrantes residentes noutro Estado-membro, a Polónia passa para primeiro lugar (2.654 milhões de euros), a Roménia para segundo (2.141) e Portugal para terceiro (2.091 milhões de euros).
O gabinete de estatísticas da UE nota, por outro lado, que as verbas recebidas por Portugal dizem apenas respeito a remessas de trabalhadores expatriados.
“À luz dos indicadores que vamos tendo do Observatório da Emigração, embora ainda não sejam dados definitivos, pois estamos a preparar ainda o relatório da emigração, estes dados mostram que há uma ligeira descida, que já é visível, nas saídas dos portugueses para o estrangeiro”, afirmou Carneiro.
“Este sinal também é muito positivo, porque são sinais, todos eles, que concorrem para uma mesma conclusão, de que os portugueses no mundo estão a confiar mais no seu país e no futuro do seu país. Esta é, de facto, uma mensagem muito importante”, acrescentou o secretário de Estado.
José Luís Carneiro também disse que, em 2016, foram alcançados os maiores números de sempre no que diz respeito a atos consulares, com mais de 1.960.000 destes realizados nos postos diplomáticos.
“Este ano vamos ainda superar este número. Estamos convencidos que vamos ultrapassar os 2 milhões de atos consulares”, acrescentou.