O Governo português vai reforçar, em 2018, os meios humanos e tecnológicos nos consulados-gerais de Portugal na Venezuela, anunciou hoje, em Caracas, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
“Adotamos [em 2017] políticas de reforço aos meios consulares, que vão continuar e ser ainda intensificadas em 2018. Estamos a falar do reforço dos meios humanos e também dos meios tecnológicos que têm que ser modernizados e adaptados às novas necessidades e isso foi um compromisso que ficou assumido”, garantiu o governante.
José Luís Carneiro falava à agência Lusa no final de uma viagem de três dias à Venezuela, durante a qual se reuniu com portugueses em Maracaibo, Caracas, Los Anacos e Carrizal.
“É possível dar ainda uma outra eficácia ao trabalho dos serviços consulares, na sua articulação entre os consulados de carreira e os honorários”, frisou.
O governante explicou que durante a visita se reuniu “com todos os cônsules honorários na Venezuela e com todos os que se predispuseram a trabalhar com os adidos sociais e os cônsules de carreira, tendo em vista fazer levantamentos rigorosos de pessoas, famílias ou de instituições que tenham necessidades, tendo em vista aperfeiçoar e reforçar os meios de apoio àqueles que carecem de apoio”, declarou.
José Luis Carneiro explicou que esteve na Venezuela em julho de 2017 e que, nessa altura, foi possível “estabelecer um diagnóstico muito preciso de muitas das necessidades” dos portugueses e também estabelecer “canais de comunicação com a comunidade, nas suas múltiplas dimensões, tendo como primeira preocupação as necessidades sociais e as necessidades económicas das populações mais carenciadas”.
“Entretanto, foi possível demonstrar à comunidade que há um conjunto de apoios que estão a ser mobilizados para os portugueses que têm maiores dificuldades (...). São cerca de 3.500 pessoas que já estão a ser beneficiárias das políticas de apoio definidas ao longo do último ano que vão do Apoio Social para Idosos Carenciados ao Apoio Social para Emigrantes Carenciados”, disse.
Segundo José Luís Carneiro, foram também agilizadas políticas de apoio para a valorização da Língua portuguesa, que é uma ferramenta essencial para aqueles que estão a regressar a Portugal.
“Foi possível também demonstrar aos portugueses que aqui vivem que há um conjunto de apoios financeiros que estão já a ser atribuídos ao movimento associativo, nomeadamente ao Lar Padre Joaquim Ferreira e ao Lar de Maracay (ambos de idosos). E, também à (associação da) Mulher Migrante, que agrega sobretudo movimentos ligados ao apoio social e também às mulheres que vivem na Venezuela”, explicou.
Segundo o governante, da visita foi feita “uma avaliação positiva dos resultados que têm vindo a ser alcançados” e estabelecer “novas orientações tendo em vista capacitar ainda mais as instituições sociais para poderem aproveitar o novo decreto lei de apoio ao movimento associativo no estrangeiro”.
Neste caso, precisou, “a prioridade está concentrada no apoio às populações carenciadas e entre estes os idosos, as crianças e as mulheres, no apoio alimentar e no reforço das condições para o apoio alimentar, na disponibilidade do Ministério para apoiar financeiramente as instituições que queiram garantir apoio médico e de saúde, e também ao nível dos medicamentos que mais falta fazem”.
In «Diário de Notícias da Madeira»