O Grupo de Lima, composto por 12 países, vai pedir ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que contribua para a resolução da crise na Venezuela.

 

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A decisão foi tomada na quinta-feira durante uma reunião em Toronto, na qual participaram os ministros dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru.

No mesmo encontro, os 12 países lamentaram que se continue a verificar uma rutura da ordem constitucional na Venezuela.

Durante a reunião, a chefe da diplomacia do Canadá, Chrystia Freeland, reiterou que o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, escolheu “o caminho da ditadura” e que a região não ficará de braços cruzados, mostrando preocupação pela generalização da “fome, falta de medicamentos, espancamentos, detenções maciças e torturas de civis”.

No texto da declaração, emitida no final do encontro, o grupo reafirmou o “compromisso de reforçar os esforços para conseguir uma saída pacífica e negociada para a crise” na Venezuela.

Por outro lado, o grupo reconheceu a contribuição e preocupação do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, manifestada no relatório sobre “violações e abusos de direitos humanos no contexto de protestos” ocorridos no país.

“Lamentamos que na Venezuela se mantenha uma rutura da ordem democrática, uma vez que o governo viola a norma constitucional, a vontade do povo e os valores interamericanos, reprime a dissidência política, mantém presos políticos e viola os direitos humanos e liberdades fundamentais das pessoas”, afirmou.

Os responsáveis condenaram “a repressão e perseguição política, incluindo a decisão da Assembleia Constituinte de julgar, por traição à pátria, os líderes opositores”.

No documento, o Grupo de Lima “reitera o pleno apoio e solidariedade com a Assembleia Nacional (parlamento) democraticamente eleita, assim como o compromisso de tornar efetivo o não reconhecimento dos atos emanados da Assembleia Constituinte, e de continuar a aplicar a Carta Democrática Interamericana à Venezuela”.

O Grupo de Lima disse que pretende contribuir para criar, em coordenação com organismos internacionais e outros países, um canal de ajuda para a crise humanitária no país e reafirmou o compromisso de acompanhar a situação na Venezuela, a nível dos ministros de Negócios Estrangeiros, até o pleno restabelecimento da ordem democrática.

In «Diário de Notícias da Madeira»