O ministro português dos Negócios Estrangeiros considerou que o novo modelo para o ensino do português em França e no Luxemburgo ‘é uma boa solução’ e vincou que a procura por estes cursos até aumentou.
“Acompanhámos desde o início a vontade das autoridades francesas de conceber e organizar o ensino do português no quadro das línguas vivas e não apenas no quadro das línguas de origem dos respetivos imigrantes”, enquadrou Augusto Santos Silva, acrescentando que “é esse o lugar próprio do português”.
Em resposta aos jornalistas, à margem da celebração do início do ano letivo do ensino do português no estrangeiro, o ministro salientou que “esta passagem, muito importante na maneira como concebemos o ensino da língua, desencadeou um aumento da procura, temos mais gente a querer aprender português em França e temos que responder a essa procura”.
Em julho do ano passado, Portugal assinou com a França um protocolo que colocou o ensino de português no dispositivo EILE (Ensino Internacional de Língua Estrangeiro), e, consequentemente, no mesmo patamar de visibilidade de línguas já oferecidas no sistema de ensino francês, como o inglês, o espanhol, o alemão e o italiano, aumentando o número de alunos para 9.000.
O caso do Luxemburgo, disse, é diferente, e chegou a representar um “problema diplomático sério nas relações bilaterais entre os dois Estados”, mas foi entretanto ultrapassado.
“No Luxemburgo o caso foi diferente porque o Luxemburgo decidiu propor a extinção dos cursos integrados, uma das duas modalidades tradicionais de ensino de português no país, e procurámos encontrar uma solução, uma alternativa melhor a esses cursos”, lembrou o governante.
Como resultado dessa reorganização negociada entre os dois governos, “segundo o coordenador do ensino do português no Luxemburgo, há mais alunos inscritos para aprender português do que no ano passado”, disse Santos Silva.