Centenas de pessoas, incluindo estrangeiros e emigrantes, participaram ontem, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, na vindima ao vivo e pisa de uvas e assistiram ao cortejo etnográfico da Festa do Vinho Madeira.
O secretário da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, destacou o “ambiente extraordinário” da festa, que passa por oferecer aos visitantes “uma experiência” diferente de uma produção, o Vinho Madeira, que é um dos “embaixadores” da ilha no mundo.
“O Estreito é a terra do vinho, onde a produção, a uva e o vinho são uma constante em todo o ano e a população envolve-se muito”, disse o governante, que sublinhou a oportunidade de “nesta altura das festividades da vindima e da celebração do vinho” se poder ver “este ambiente extraordinário”.
O secretário regional destacou que esta festa, promovida há anos nesta freguesia do concelho de Câmara de Lobos, contou com a participação de “centenas de estrangeiros”, que “têm a possibilidade de apanhar as uvas e participar neste processo, nesta alegria, nas danças, na pisa da uva, em toda a festividade que o Estreito tem sabido muito bem fazer”.
Eduardo Jesus vincou que esta iniciativa “tem vindo a afirmar-se como uma parte importante do cartaz do Vinho Madeira, neste caso também da uva da Madeira”.
Por outro lado, salientou ainda a “presença de emigrantes que voltam à Madeira nesta altura” e deixou “uma mensagem de apreço” a toda comunidade emigrante “que está sempre no coração” dos madeirenses.
Eduardo Jesus referiu que “o peso do vinho é relativamente baixo na economia regional”, argumentando que, “em termos do PIB, o setor primário não tem uma relevância muito grande”.
“No entanto, tem um peso social muito forte, porque há uma boa parte da população que se ocupa desta produção, tem um efeito muito importante na promoção da Madeira”, vincou.
O responsável do executivo madeirense sublinhou que “o Vinho Madeira é um produto de excelência e o embaixador da Madeira, tendo uma longa história, mais antiga do que a história do turismo da região”.
“Mas, quando se cruzaram, nunca mais se largaram. Isso significa que o vinho, além de fazer parte do nosso ADN, faz parte da nossa presença, da nossa existência, e como tal é um fator determinante na nossa diferenciação quando estamos a comunicar a Madeira lá fora”, declarou.
Falando sobre a aposta que a secretaria regional que lidera tem feito na descentralização deste cartaz, considerou que “tem corrido muito bem”, visto que este ano envolveu a freguesia do Porto da Cruz (concelho de Machico) e que a Ribeira Brava também se associou, o que permite que seja “uma celebração [do vinho] em toda a região e não apenas no Funchal”.
A festa do Vinho começou a 27 de agosto e termina a 10 de setembro, um cartaz turístico no qual o governo madeirense investiu este ano 270 mil euros, estimando que o programa permitiu atingir uma taxa de ocupação hoteleira de 88%.