O Fórum Madeira Global reuniu hoje na Madeira e são estas as conclusões:
1- A importância do passado para a compreensão do presente foi lembrada pelo Presidente do Governo Regional, Dr. Miguel Albuquerque, que sublinhou, por um lado, a vocação Atlântica de Portugal e a urgência em assumir uma posição de vanguarda, e por outro lado, a diáspora como trunfo reforçar para a posição de Portugal no mundo.
2- Foi assinalada a necessidade de uma política centrada na cooperação cultural e económica em todos os destinos da emigração Madeirense.
3- Neste momento particular, em que a Comunidade Madeirense radicada na Venezuela atravessa uma situação difícil, foi sugerida uma agilização de esforços entre autoridades e toda a população para acolher os que manifestem vontade em regressar à Madeira, notando que o Governo Regional em cooperação com o Governo Central, está já a preparar alterações nos campos da Saúde, Habitação, Ensino e Segurança Social.
4- O Fórum manifestou à comunidade madeirense radicada na Venezuela, país que atravessa uma complexa crise política, económica e social, a sua solidariedade incondicional e exortou os Governos Regional e da República a, numa estreita cooperação institucional, empenharem se na ajuda ao nosso povo que se encontra a viver na pátria de Símon Bolivar, bem como a todos que entendam regressar.
5- Foi manifestado o reconhecimento pelas medidas de carácter excepcional que estão igualmente a ser tomadas pela Secretaria de Estado das Comunidades Portugueses, nomeadamente ao nível do reforço do corpo consular no sentido de dar resposta às solicitações; a consolidação do ensino da língua e cultura portuguesa; a criação de uma equipa multidisciplinar com o objectivo de validar competências; o fomento do empreendedorismo; a resolução de casos particulares e apoio a famílias carenciadas.
6- O Fórum Madeira Global reconhece a ilha da Madeira como encantamento, assim descrita pelo Padre Tolentino Mendonça, um enigma arrebatador, uma terra que respira e que assume o papel de protagonista, sendo objecto de recriação e efabulação constante dos que partem e dos que a ouvem contar. Este milagre verde e vertical ao qual todos regressam, os seus filhos, os seus descendentes e até os visitantes.
7- Sob a senda do mote – o minério da Madeira é o espanto – Tolentino Mendonça deixou aqui o desafio da criação de um centro interpretativo da Diáspora: a justa homenagem ao contributo cultural e moral que os emigrantes trazem a Madeira.
8- O madeirense leva na bagagem os seus bens mais preciosos: a ilha, a família, a devoção e uma fé inabalável: são estas as ferramentas com as quais (re)constrói o seu poio (contagiando inclusive as pessoas a sociedade de acolhimento), uma casa igual àquela que deixou e que lhe dá a confiança e a segurança necessária para realizar o seu Eldorado.
9- As manifestações religiosas e culturais da comunidade assim como as celebrações familiares são factores determinantes para a agregação e a coesão da comunidade madeirense e para o alicerçar da Identidade Portuguesa lá fora.
10- Será tempo de apostar no novo conceito de sustentabilidade cultural: a herança cultural e as indústrias da cultura como património estratégico para o presente e o futuro.
11- Tendo um pé em terra e um no mar ... a nona ilha é o espaço onde o madeirense se faz MAIOR.