Em 02 de julho, a Casa Ilha da Madeira de São Paulo promoveu sua festa de 48 anos de fundação, homenageando diversos colaboradores e amigos da casa no palco da entidade. Uma festa que teve muita comida típica e muito folclore madeirense, marcou com bom público mais um aniversário de fundação.

CasaIlhaDaMadeira48Anos


Durante a solenidade, o presidente da casa disse que tinha se emocionado durante a execução dos hinos. “Me lembrou muito a emigração, é um sentimento de bairrismo. Converso com muita gente e vejo que eles sentem a mesma coisa sobre as aldeias que eles nasceram”.
A festa deste ano surpreendeu novamente em público, segundo o presidente. “Achei que viria pouca gente. Mas o que estou vendo ultimamente é um movimento diferente do que quando voltei à presidência. Estou vendo que esse povo é diferente e assíduo das nossas festas. É novidade em São Paulo ir numa festa e comer o que você quer, beber o que quiser. Aqui as pessoas participam da festa portuguesa mas consomem o que quer”.
Para o presidente o custo-benefício é melhor na Casa Ilha da Madeira porque as pessoas têm opções para toda família. “Se ele vir aqui ele vai comer bacalhau, sardinha, bolinho, caldo verde e dividido para a família. É o que chama público diferenciado para a nossa festa. É como se fosse um arraial”.
Durante o evento, o presidente da casa descerrou uma placa de homenagem do vereador Toninho Paiva com o mapa do arquipélago madeirense.
Ao Mundo Lusíada, o vereador Toninho Paiva declarou que é importante para a cidade não perder o vínculo com a comunidade portuguesa. “Essa cultura tem que passar de geração em geração, porque é o país que nos descobriu, a nossa origem é de Portugal”.
Paiva ainda criticou a falta de divulgação, por exemplo, nas comemorações do Dia do Descobrimento do Brasil na imprensa brasileira. “Portugal hoje é um país estável, se recuperou. E nós estamos aqui nadando e se afundando com problemas sérios políticos e econômicos. Portugueses é um povo trabalhador”.
Descendente de portugueses, seus avós eram da Guarda e Tras-os-Montes, e segundo ele sua ligação é ainda maior por ter nascido em 13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima. “Manter esse congraçamento entre os povos, portugueses e brasileiros de várias regiões, nos enriquece”.

Gestão: Unificação é o caminho
Manuel Bittencourt à frente de mais uma gestão diz que a casa tem vida própria. “Festas sem patrocínio não rendem muito lucro mas temos que fazer para manter as tradições. Hoje o que nós estamos pretendendo é que o povo relembre as coisas da sua aldeia, não estamos visando muito lucro nas festas, muitas pessoas não estão colaborando mais e temos que trabalhar com o que temos” diz o presidente que consegue locar os espaços da grande sede da casa para festas de fora.
Segundo ele, associados são poucos e muitos não querem colaborar, algo “cultural” segundo disse. “Vejo muitas entidades, a portuguesa é a pior em pedir colaboração, porque a maior parte dos portugueses, por onde frequentam eles estão na língua deles. Então não se preocupam muito em participar das casas portuguesas, eles entendem que ajudar seria uma obrigação, não sabem como mantemos tudo aqui. Ao passo que outras entidades estrangeiras que tenho reparado, a italiana, libanesa, espanhola, são mais unidas porque não se misturam tanto, eles centralizam numa casa e colocam tudo lá”.
A opinião do presidente da Casa Ilha da Madeira é que num futuro a comunidade portuguesa no Brasil deveria pensar em unificar as casas. “Fazer com que a gente participe da cultura portuguesa numa casa, porque infelizmente estou dizendo que a tendência é diminuir bastante. Eu sou a favor da unificação”. Para Manuel Bittencourt, cada um pode fazer “sua cultura, seu bailarico, mas no futuro próximo vai ser muito difícil as casas continuarem” a se manter.
Ao final, o presidente disse que a CIM está bem onde já chegou, nos seus 48 anos, com uma festa “maravilhosa, com público descendente de madeirenses” que se divertiu nesta tarde. “Já passei em várias mesas, é uma alegria muito grande ver o patrício contente e feliz. Foi sucesso total”.
O presidente ainda agradeceu ao Mundo Lusíada por fazer ecoar o trabalho realizado nas dependências da entidade.

 

In Jornal Mundo Lusíada