Os Estados Unidos consideraram hoje "importante" que a oposição realize a consulta popular que convocou para 16 de julho, sem o apoio do Conselho Nacional Eleitoral, e que os venezuelanos se pronunciem sobre a Assembleia Constituinte promovida por Nicolás Maduro.
Os Estados Unidos consideraram hoje "importante" que a oposição realize a consulta popular que convocou para 16 de julho, sem o apoio do Conselho Nacional Eleitoral, e que os venezuelanos se pronunciem sobre a Assembleia Constituinte promovida por Nicolás Maduro.
"A ideia de um voto (promovido) de parte da oposição, sobre a efetividade de um (processo) Constituinte é algo muito importante", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA para a América Latina.
Em declarações à Agência Efe, Francisco Palmieri explicou, após uma audiência na Câmara de Representantes dos EUA, que "é um elemento importante para avaliar a Assembleia Constituinte, a partir de agora".
O plebiscito, promovido pela aliança opositora Mesa de Unidade Democrática está previsto para 16 de julho e tem o aval pela Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria), mas não é reconhecido nem pelo Conselho Nacional Eleitoral nem pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro.
No dia 16, em diversos locais, os venezuelanos têm programado decidir se querem continuar a ser governados por Nicolás Maduro, num plebiscito que questionará a proposta de eleição da Assembleia Constituinte, feita pelo chefe de Estado, e quais as funções que devem ser atribuídas às Forças Armadas venezuelanas.
Entretanto decorre a campanha para o escrutínio de 30 de julho, quando serão eleitos os 545 membros da Assembleia Constituinte (AC) promovida pelo Presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Para o Presidente Nicolás Maduro, a Assembleia Constituinte vai redigir uma nova Carta Magna, que deverá traduzir um "grande diálogo nacional e social, acabar com a corrupção e a burocracia, centrada em ganhar a paz e isolar os violentos".
A nova Constituição deverá determinar a manutenção dos programas sociais conhecidos como "missões" criadas pelo falecido líder socialista Hugo Chávez, antecessor de Maduro, em matéria de habitação social, educação, saúde e cultura.
A oposição acusa o Governo de avançar com um processo "fraudulento" e reclama que não houve consulta popular sobre as bases, que apenas o povo pode convocar uma Assembleia Constituinte.
Alega ainda que o regime pretende usar a Assembleia Constituinte para concluir a instauração de uma ditadura, acabar com a divisão e autonomia de poderes e perseguir os dissidentes.
A convocatória para a eleição de uma Assembleia Constituinte, feita no passado dia 01 de maio pelo Presidente Nicolás Maduro, intensificou as manifestações da oposição que desde abril último se registam no país, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.
Pelo menos 93 pessoas foram assassinadas no âmbito dos protestos.