O número de estrangeiros em Portugal diminuiu para 389 mil em 2015, tratando-se de uma redução de 65 mil pessoas em seis anos.
Segundo um relatório sobre migração da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado esta quinta-feira, o número de estrangeiros em Portugal tem vindo a diminuir.
O número de estrangeiros desceu para 389 mil pessoas em 2015 (menos 1,6% do que em 2014), com a percentagem dos cidadãos oriundos de países lusófonos a abrandar e a situar-se nos 43,5% do total em 2015, indica.
O número de novos residentes autorizados, que havia caído em 2013 para 33.200, aumentou para 37.900 em 2015, com 20.500 desses residentes a serem cidadãos da União Europeia e seus familiares, quando em 2013 eram apenas 15.200.
O Brasil continua a ter o maior peso na fatia dos novos residentes em Portugal, com 5700 em 2015, o que representa uma percentagem de 15%. Segue-se a China, a Roménia, a França e Cabo Verde.
O relatório indica também que, desde 2012, o número de mulheres imigrantes tem vindo a diminuir, tendo em 2015 representado menos de metade dos novos residentes em Portugal.
Também o número de estudantes internacionais continuou a cair, tendo sido de 3100 em 2015.
O número de pessoas que adquiriu a nacionalidade portuguesa desceu para 40.200 em 2015 (houve 52.400 pedidos), com o Brasil e os países africanos de língua oficial portuguesa a representar 31% e 33% de todas as naturalizações.
O número de "vistos gold", concessão de visto de residência a investidores estrangeiros, introduzido em 2013, caiu em 2015 para 800 (mais 1100 familiares).
Esta descida deveu-se à suspensão do programa dos "vistos gold" durante vários meses, devido a uma investigação criminal ligada a este processo administrativo alvo de fraude e outros crimes.
A lei dos "vistos gold" foi revista e os procedimentos clarificados, tendo em 2016 o número regressado ao normal, atingindo 1400 casos, adianta o relatório.
Quanto à emigração, o número foi de 101.400 pessoas em 2015 contra 134.500 em 2014, com esta descida a ser mais significativa na emigração de curta duração, que representa 60% do total.
Quase 99% dos emigrantes de longa-duração foram cidadãos portugueses e 68,5% saíram para países da Europa ocidental. Em 2010, apenas 62,5% desses emigrantes tinham escolhido como destino de emigração países da Europa ocidental. Na sua maioria, continuam a ser mulheres trabalhadoras.
Por outro lado, na primeira metade de 2016, 300 pessoas pediram asilo político a Portugal, sendo os seus países de origem sobretudo a Ucrânia e Guiné.
Em 2015, 190 das 900 pessoas que pediram asilo foram reconhecidas como refugiados, beneficiando de proteção humanitária.
Portugal, como membro da União Europeia, comprometeu-se a acolher 500 refugiados até setembro de 2017, mas até metade de 2016 esse número já tinha atingido os 480.