O Instituto de Tecnologias Interativas da Madeira (MITI) recebeu 100 mil dólares (98 mil euros) da Academia de Ciências dos Estados Unidos, através da iniciativa Keck Futures Deep Blue Sea, para criar apresentações da zona de penumbra do oceano.
"O projeto pretende promover a monitorização pública do oceano profundo através da interação em tempo real com recifes mesofóticos (as zonas de penumbra) e recebeu financiamento americano" para o efeito, explicou à Lusa, o presidente do MITI, Nuno Nunes.
Este projeto é liderado pelo professor Diego Figueroa, da Universidade do Texas e investigador do MITI, com a colaboração de outras entidades.
Para o efeito serão criadas "aulas interativas e exibições itinerantes que possam ser utilizadas no ensino secundário e nos centros comunitários e museus ligados à temática dos oceanos", disse.
A componente principal é a recolha de dados em tempo real dos recifes mesofóticos através da internet, "em particular através de uma câmara de alta definição colocada neste recife ao largo do Golfo do México (no Texas), a cerca de 100 metros de profundidade".
Outra das principais preocupações por parte de Nuno Nunes será o aproveitamento das tecnologias envolvidas para benefício português.
"No MITI estamos a fazer um esforço de alinhar a investigação com a temática dos oceanos que é crucial para a Madeira e para Portugal", observou, sendo que a colaboração de Nuno Nunes, como também autor do projeto, será "na utilização de tecnologias interativas que permitam visualizar os dados em tempo real", afirmou.
A prazo, a ideia será tentar aplicar o mesmo conceito em Portugal onde estes tipos de recifes também existem.
O primeiro protótipo será composto por uma boia de comunicações (com painel solar e satélite) e um sistema com sensores, bem como uma câmara de alta definição, colocados a cerca de 100 metros de profundidade que podem ser controlados remotamente pela internet.