A ilha da Madeira também foi destaque do evento, com uma loja especial de artesanato e um espaço gastronómico muito procurado.

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A festa do imigrante, em São Paulo, é também uma forma de homenagear a origem multicultural do Brasil, atualizada com novos países e novas tradições.

Desde domingo o Museu do Imigrante acolhe uma feira cultural que apresenta os sabores e a cultura de vários cantos do mundo ao público brasileiro.

Filés de peixe da Dinamarca, pratos artesanais da Rússia, chás da Coreia, bolinhos de Moçambique, doces da Polónia e da Ilha da Madeira esgotam-se em poucas horas perante a surpresa dos visitantes.

Ter novas experiências gastronómicas foi o que motivou o contabilista Luis Carlos Ribeiro dos Santos, de 35 anos, a visitar o evento e a experimentar um prato típico da cozinha moçambicana.

“Vim aqui hoje justamente por causa da comida porque aqui consigo comer pratos de vários lugares diferentes e sentir gostos e paladares diferentes. É uma forma de conhecer outros países sem sair do Brasil”, disse.

A imigrante de Moçambique Inês Pereira, de 37 anos, contou à Lusa que o evento é uma excelente oportunidade para apresentar o seu país aos brasileiros.

“A culinária traz um pouco do que é simbólico, do que nós somos, da nossa cultura e também apresenta a questão da similaridade entre as culturas [do Brasil e Moçambique]. Hoje tínhamos a Badjia que é similar ao acarajé [bolinho típico do estado da Baía]”, destacou.

Inês Pereira reforçou que este intercâmbio cultural também motiva o conhecimento sobre usos diferentes de ingredientes usados em Moçambique e no Brasil.

E deu como exemplo a folha da batata doce, que faz parte da culinária de seu país, mas não é aproveitada na culinária brasileira.

“As pessoas aqui ficam surpresas quando contamos que usamos a folha de batata doce para cozinhar. Eles têm os ingredientes, mas muitas vezes não sabem como usar”, comentou.

A ilha da Madeira também foi destaque do evento, com uma loja especial de artesanato e um espaço gastronómico muito procurado.

Filipe Sardinha Gonçalves, de 30 anos, descende de imigrantes madeirenses explicou à Lusa que faz parte de um grupo cultural que realiza representações da dança típica, o ‘Bailinho da Madeira’.

“Temos um grupo folclórico que trabalha com o resgate da tradição e a culinária está entre as coisas que fazemos para apresentar a Madeira. Tentamos trazer todos os pontos da nossa cultura ao público do Brasil”, frisou.

Na loja, o bolo de mel, o vinho e o prego no pão foram os pratos com mais sucesso na Feira do Imigrante de São Paulo.

Um grupo cultural de Cabo Verde foi bastante aplaudido pelo público, que descobriu através de representações de dança a história do arquipélago cuja cultura crioula se formou depois que este conjunto de ilhas do Atlântico foi descoberto e povoado pelos portugueses e africanos.

Na 22ª edição, a Feira do Imigrante espera juntar oito mil pessoas por dia. O evento estende-se até ao fim de semana, juntando 44 barracas de alimentação, 32 expositores de artesanato e 45 grupos de dança e música.

in Diário de Notícias da Madeira