Imprimir

O Governo Regional está a acompanhar em permanência e com atenção a situação que se vive na África do Sul. “Temos estado em contacto permanente com os emigrantes, os empresários madeirenses, com os nossos Conselheiros, com o Cônsul-Honorário de Portugal em Durban e com a Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, e outros”, disse o diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, que, desde sexta-feira passada, se tem multiplicado em contactos junto daquela que é segunda maior comunidade madeirense.

RA JOSE LUIS

 


“Estes contactos fazem-se diretamente, sem alaridos”, sublinhou Rui Abreu, no final de uma reunião mantida por videoconferência, esta quarta-feira de manhã, com o Conselheiro da Diáspora Madeirense na África do Sul, José Luís Silva.
No encontro, Rui Abreu fez questão de deixar uma mensagem de “esperança e solidariedade” para toda a comunidade, especialmente para aqueles que têm sido mais atingidos pela onda de violência que varre algumas zonas da África do Sul, desde o final da semana passada. “Enviamos um abraço solidário à comunidade madeirense da África do Sul. Mantenham a calma, dentro do possível, e acatem as orientações do Governo Sul-Africano.”
“A situação que se vive é muito complicada e difícil, gerando preocupação nas pessoas. Estima-se que mais de uma centena de empresários madeirenses sofreram danos nos seus negócios. Mas também são muitos mais os empresários madeirenses, cujos negócios não foram atingidos.”
Rui Abreu, explicou que o epicentro da violência é a província de Kwazulu-Natal, de onde é natural o ex-presidente Jacob Zuma, e cuja detenção despoletou a atual crise, onde a comunidade madeirense não é tão expressiva.
“Para se ter uma ideia, são cerca de 20.000 os madeirenses que vivem em Kwazulu-Natal. Isto num universo total de 400 mil madeirenses e descendentes de madeirenses residentes naquele país. Já no Sul de Joanesburgo, onde vive o maior número de portugueses, alguns centros comerciais estão a operar quase normalmente, mas com segurança reforçada.”
A boa notícia, continuou o governante madeirense, é que “não há danos pessoais ou vítimas a registar entre os membros da comunidade madeirense”, apesar do estado caótico em que se encontram alguns locais do país.
Nos vários contactos que manteve ao longo dos últimos dias, o diretor regional foi informado que, neste momento, existem grupos de civis a apoiarem a polícia e as forças armadas Sul-Africanas, na proteção dos bairros e dos centros comerciais.
Rui Abreu falou sobre os apelos do Governo Sul-africano e do Partido ANC. “O Governo e o ANC, o partido do ex-presidente Zuma, estão a apelar à população para que regressem a casa e que acabem com as pilhagens, o que é um sinal positivo.
É, neste sentido, que o Conselheiro José Luís Silva, disse que “apesar de estar apreensivo”, acredita que “nas próximas 72 horas haverá uma melhoria na situação”.
Até o momento, há registar perto de 80 vítimas mortais, e 1.250 detenções. “Felizmente nenhuma é de origem portuguesa ou madeirense, segundo dados oficiais que dispomos”, concluiu.