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Em entrevista ao JM, Rui Abreu, diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, abordou vários temas. A importância que o Governo Regional dá às suas comunidades espalhadas pelo mundo, as condicionantes que a pandemia impôs, cancelando várias visitas oficiais, foram alguns desses temas. No final, e por altura do Dia da Região e das Comunidades Madeirenses, o governante deixou um "abraço de solidariedade, respeito e admiração" para os emigrantes espalhados pelo mundo.

JM RA entrevista

 

Passou cerca de um ano e meio desde a criação da Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa. Decisão que demonstra um maior compromisso com a Diáspora. Quais os desafios e preocupações que a Direção Regional atravessou desde a sua criação?
A criação da Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa, pela primeira vez na Madeira, veio dizer que o Governo Regional atribui uma importância fundamental à nossa diáspora, tem um grande respeito pelos madeirenses, que tiveram ou optaram por residir e fazer as suas vidas no estrangeiro.
A grande maioria saiu porque sentiu necessidade de o fazer. Contribuíram imenso para a nossa economia regional e local, nos sítios, freguesias de onde são naturais.
Mesmo hoje há uma diáspora diferente que faz já investimentos na própria Região e isso tem-se assistido muito nos últimos anos. Muita da reabilitação urbana que está a ser feita no Funchal é por emigrantes que passam a dividir as suas vidas entre o estrangeiro e a Madeira.

Entre outras, existem duas grandes comunidades de madeirenses na Venezuela e na África do Sul, países que por uma razão ou outra estão a passar por situações delicadas. Quais as principais preocupações que a Direção Regional tem com estes conterrâneos?
As preocupações com esses países são semelhantes aos restantes países. A África do Sul enfrentou a pandemia com um confinamento bastante rigoroso, passou por um período de alguma calma com os negócios todos a funcionar e a economia a funcionar, mas, esta semana, voltou tudo a fechar na África do Sul. A comunidade madeirense está integrada naquela comunidade e, portanto, está como todos os outros.
Quem diz África do Sul, diz o mesmo da Venezuela, que também está a passar uma fase difícil da pandemia da covid-19.
Portanto, vamos esperar que essas medidas e restrições mais drásticas que foram tomadas, tenham os efeitos pretendidos, para que se consiga voltar a uma certa normalidade.

Deslocou-se no passado mês de maio ao Reino Unido, onde acompanhou a secretária de Estado, numa visita oficial. O que constatou em terras britânicas?
Fomos ao Reino Unido, simbolicamente no dia em que abriu o corredor verde para Portugal que, entretanto, três semanas depois fechou, mas que agora reabriu para a Madeira.
O que hoje é verdade parece que amanhã é mentira, isso é uma situação bastante difícil, porque dificulta o planeamento de viagens com a devida antecedência.
Gostei imenso de estar no Reino Unido. Fiquei agradavelmente surpreendido com a nossa comunidade, com o número de empresários que já temos, especialmente na zona de Londres.
Havia, de certa forma, uma boa expectativa, relativamente ao futuro, mas também alguma apreensão devido ao Brexit.
Fui muito bem recebido pela comunidade e tenho de lá voltar em breve.

Existem outras viagens em mente?
Sim. O Governo teve um convite - a Direção Regional concretamente - para estar hoje, dia 30 de junho, em Jersey, onde também temos uma comunidade bastante significativa relativamente à população que reside nesta ilha do canal.
Havia esse convite mas, face a todas estas dificuldades em viajar para o Reino Unido, que recentemente foram introduzidas, não foi possível realizar a viagem que será realizada noutra altura.
Havia a intenção de viajar para a Venezuela já há mais tempo, no ano passado, o que não foi possível.
Penso, pelo que vejo, não ser talvez possível este ano. Tudo muda de um momento para outro. Vai depender do avanço da vacinação na Venezuela e na África do Sul.

Por altura do Dia da Região e das Comunidades Madeirenses, que mensagem gostaria de deixar à nossa diáspora?
Um abraço de solidariedade para os madeirenses que merecem o maior respeito e admiração. A Madeira deve muito à nossa diáspora. A Região não acaba na Ponta de São Lourenço, ou na Ponta do Pargo, vamos muito além disso. A Madeira está presente em todos os cantos do mundo, onde os madeirenses estão presentes e, portanto, devemos a eles esta afirmação da 'Madeirensidade' que existe por todo o mundo. É, de facto, importante para a Madeira, porque nos dá esta dimensão universal e global.

in JM-Madeira 30.06.2021