Durante um almoço realizado em Hyde Park Corner, norte de Joanesburgo, o Comendador João Canha, ex-presidente do Conselho Permanente das Comunidades Madeirenses e da Sociedade Portuguesa de Beneficência da África do Sul [SPBAS], anunciou a formação do Movimento Aliança Portuguesa da África do Sul e que procedeu já ao registo oficial desta ONG, que nasce de uma profunda reflexão para que se possa assegurar a continuação da comunidade, da língua, cultura e a sua identidade.

Tudo isto está ameaçado de se diluir nas próximas três décadas. Trata-se de um movimento sobretudo unificador com o intuito de aproximar os mais jovens dos assuntos comunitários, pois temos uma juventude muito bem preparada que se afasta constantemente e que quase não fala a língua materna. Há que fazer algo útil, interessante, cativante em relação à nossa juventude para essa aproximação tão necessária que já tarda e persuadindo-a a acreditar que terão de levar avante o legado da comunidade.
Se isto a que se propõe o Movimento Aliança Portuguesa da África do Sul não for bem-sucedido, é lamentável que num período muito breve tudo esteja irremediavelmente perdido sem que tenham sido acautelados o acervo da comunidade que aqui se radicou há muito tempo e vai na quarta geração.
“Temos que passar a mensagem de que só com a juventude lusa é que esta comunidade terá continuidade, assim como a nossa cultura e identidade. Neste projeto que visa essencialmente a união da comunidade lusa na África do Sul, não excluo o projeto da Casa de Portugal, de forma a concentrar sob o mesmo teto todos os clubes portugueses e eventos de caráter cultural que será benéfico para todos nós e onde se possa receber condignamente entidades oficiais portuguesas que nos visitam ou dignatários sul africanos ou outras pessoas aqui residentes e de outras comunidades”, explicou.
João Canha garante que este “é um movimento que lutará com determinação por uma aproximação de todos os portugueses e lusodescendentes independentemente de onde forem oriundos”.
In JM-Madeira