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Maria Gília Rodrigues e madeirense, natural do sítio do Til da Levada da Corujeira, na freguesia do Monte, Funchal. A emigrante madeirense, que completa hoje, (8 de julho), 101 anos, tem uma vida recheada de histórias e de experiências.

Madewirense 101 São Paulo

 


Na história de vida de Gília Rodrigues escrita pelas primas, Ângela (neta) e Ana Lúcia (sobrinha), lida aquando do 100º aniversário, numa festa que assinalou esta data única pode ler-se todas as peripécias desta emigrante. A madeirense, na infância, “gostava de brincar nos andaimes da construção da sua casa, época em que o seu pai estava emigrado na Guiana Inglesa.” Gília Rodrigues era a 4ª de 10 irmãos e ajudava a mãe com os bordados, enquanto o seu pai trabalhava como jardineiro no Monte Palace.
A madeirense pertenceu ao grupo de escoteiros (GAID). Neste grupo conheceu Maria Pita, tornaram-se amigas inseparáveis, mas a sua amiga partiu para os Estados Unidos, o que provocou imensa tristeza na centenária.
Mais tarde, em 1944, Gília Rodrigues casa-se com Manuel Rodrigues e constitui a sua família de sete filhos: Emiliano, Filomena, Fátima, Constantino, Teresa, Maria José e Inês. Três anos após o casamento, os seus pais partiram para o Brasil com os irmãos que eram solteiros para tentarem uma vida melhor, enquanto Gília manteve-se na Madeira, enfrentando dificuldades. Quando o seu filho Emiliano completou 14 anos, Gília Rodrigues, decide mandá-lo para o Brasil, evitando que servisse ao exército. Três anos depois é a vez dos outros 2 dos seus filhos partirem também para o Brasil.
Com o tempo juntaram todo o dinheiro necessário para comprar as passagens para o Brasil. É aqui que “a tão linda Madeira fica para trás”, levando na bagagem sonhos de construir uma vida melhor.
Após catorze dias em alto mar, desembarcara, no Porto de Santos no já distante dia 7 de março de 1967.
Uma história de vida longa, mas que ainda tem muito para dar de uma mulher que foi filha, irmã, esposa, mãe de sete filhos, sogra, avó e bisavó, “corajosa e amada por todos”.
A neta e sobrinha e Gília lembra, ainda que “cada um tem uma lembrança na memória da mulher que benzia, fazia massagens no bucho virado, bordava, tecia telas, que tinha uma memória excecional com as suas histórias e cantigas e que ia à missa todos os domingos”, não “esquecendo “o seu tabaco e a ‘pinguinha’”, recordam com carinho
In JM_Madeira 08.07.2020