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Ao que tudo indica, a TAP vai fazer regressar as ligações regulares diretas entre Lisboa e a Cidade do Cabo, a partir de 11 de novembro, algo que, segundo apurado, está a suscitar entusiasmo entre a comunidade madeirense residente na África do Sul. No entanto, restam algumas dúvidas devido ao processo de nacionalização da companhia, anunciado recentemente.

 Regresso da TAP gera satisfação

 


Manuel ‘Manny’ de Freitas é um dos lusodescendentes com as suas raízes na Madeira, deputado no Parlamento Nacional da África do Sul e é atualmente ministro sombra dos transportes da África do Sul.
Interpelado pelo JM começou por dizer que foi através do seu colega James Vos, do Comité de Oportunidades Económicas da Cidade do Cabo, que recebeu a notícia dos voos diretos entre Lisboa e a Cidade do Cabo a partir de 11 de novembro deste ano, num ato que acontecerá três vezes por semana.
“Este episódio pode agradecer-se à postura, ao pensamento inovador com ênfase especial nas estratégias de conexões com destinos-chave através de todo o mundo”, disse, acrescentando que “temos o entendimento de que esta rota é uma rota necessária, direi mesmo exigível”. Trata-se de uma rota que beneficiará implicitamente a comunidade portuguesa.
“Foi uma notícia muito excitante e eu, pessoalmente, dou as boas-vindas ao retorno da TAP à África do Sul, nomeadamente à Cidade do Cabo”, afirmou.
Fomos também ao encontro de Alexandre Santos, presidente da Federação das Associações Portuguesas da África do Sul. Abordado pelo JM, disse que “é no mínimo estranho, numa altura destas, que vivemos tanto lá como cá uma crise intensa e com as aeronaves da TAP estacionadas no aeroporto da capital portuguesa, anunciar nesta altura o retorno à África do Sul da companhia de bandeira que nos deixou há aproximadamente 9 anos. Deixou-me surpreendido”.
Alexandre Santos não vê “lógica” em que o destino final seja a Cidade do Cabo. “Não, não vejo, pois, a maioria da nossa comunidade reside em Joanesburgo, Pretória e arredores e também em diferentes cidades, vilas e lugares na província de Gauteng”.
Por fim, José Carlos Reis Arsénio, cônsul-geral de Portugal na Cidade do Cabo, foi também auscultado pelo JM. Começou por dizer que esta é “uma ótima notícia”. “Não se podia esperar melhor notícia num cenário tão dramático como o que vivemos e sabemos que, em breve, podemos chegar a Portugal num voo direto, a partir da Cidade do Cabo, não termos de fazer várias escalas em outros aeroportos, um ou outro sem condições, não podia haver melhor notícia”.
“Os residentes em toda a área de jurisdição consular são cerca de 25 mil na totalidade, isto inclui o Cabo Ocidental, Cabo Norte e Cabo Oriental. A visão estratégica dos sul-africanos relativamente a esta operação em conjunto com a TAP com certeza que se reveste de muito dinamismo e têm uma visão bastante inovadora”. José Carlos Arsénio afirma que “o crescimento do turismo na Cidade do Cabo é uma constante e esta operação da TAP em conjunto com o Comité de Oportunidades” vem aumentá-lo.

In JM-Madeira 07.07.2020