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O governo britânico apresentou, ontem, detalhes sobre as novas regras para a imigração pós-Brexit, que vão dificultar o acesso dos cidadãos da União Europeia e impor requisitos, como falar inglês, qualificações e um salário mínimo de 25.600 libras (30.800 euros).

Rui Abreu

O novo sistema de imigração funcionará por pontos e dará prioridade a quem detenha maiores qualificações profissionais, em detrimento dos trabalhadores pouco qualificados.

Atualmente vivem no Reino Unido 500 mil portugueses, dos quais 150 mil são madeirenses a residir, essencialmente, nas regiões de Londres, Manchester e em Bournemouth. Cerca de 20 mil estão em Jersey e mil em Guernesey, nas ilhas do canal.
Para já, o Director Regional das Comunidades e Cooperação Externa diz que não há razão para alarme no que toca à comunidade madeirense residente no Reino Unido.
"Isto não afecta os nossos emigrantes que já estão o Reino Unido, pode é impedir alguns de irem para Inglaterra no futuro, conforme as regras que existirem na altura”, afirma Rui Abreu, salientando que por agora a medida não passa de "uma intenção futura" que "está dependente das negociações com a Comunidade Europeia”.
“O que é preciso salientar é que aqueles que já lá estão, que têm contrato de trabalho e residência, têm de solicitar esse estatuto atempadamente”, sublinha o Director Regional
Com efeito, e segundo a Cônsul-geral de Portugal em Londres, destes metade já solicitou o estatuto de residente nos termos dos estatutos regulamentares que estão determinados para este período de transição.
“Um número bastante satisfatório, uma vez que ainda estamos a um ano de distância de acabar esse período”, observa Rui Abreu.
O Diretor Regional das Comunidades e Cooperação Externa, que esteve em Londres na primeira semana de Fevereiro, refere ainda que não tem informação de quaisquer situações anómalas com a comunidade. «Neste momento há alguma tranquilidade. O que não se podia era continuar a viver nesta indefinição, com avanços e recuos como aconteceu nos últimos anos e em que a comunidade não sabia com o que é que podia contar”, reitera.
Segundo o novo sistema, os candidatos ao estatuto de residente no Reino Unido têm de preencher requisitos que garantam um mínimo de 70 pontos, como falar bem inglês (10 pontos), ter uma oferta de emprego (20 pontos) ou, como qualificações académicas mínimas, o 12.o ano ou superior (20 pontos).
A oferta de trabalho deve garantir um salário mínimo de 25.600 libras (20 pontos), ou inferior, de 20.480 libras (24.700 euros), para empregos com falta de mão-de-obra, como enfermagem ou se os candidatos tiverem um doutoramento. O governo admite regras específicas para certos sectores, como a investigação científica ou a agricultura.
Esta medida deve entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2021, no final do período de transição iniciado após o Reino Unido deixar a União Europeia, em 31 de Janeiro.

 

In «DIÁRIO»