O ministro dos Negócios Estrangeiros propôs Portugal como um «centro internacional de formação de não europeus», vocacionado para o grande universo dos países de língua portuguesa, mas também para o espaço ibero-americano.
«Portugal deve ser um centro internacional de formação de estrangeiros não europeus», afirmou Santos Silva, salientando que o país, pela sua história e peso nas relações diplomáticas com outros países, tem condições para «atrair talento» para o continente.
O governante lembrou que os dois universos para os quais seria dirigida essa formação são aqueles países que estão «a trabalhar na base e no conceito de talento».
Santos Silva disse que vai precisar do contributo do Conselho da Diáspora, organização que contou, no seu encontro anual, com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros e do Presidente da República, entre outras personalidades.
«Preciso do Conselho [da diáspora] como instrumento diplomático, preciso do Conselho para federar e mobilizar redes e como instrumento de influência, no sentido de poder de liderar pela mobilização e pela persuasão, que são de facto os principais recursos que o país tem do ponto de vista da comunidade internacional», afirmou o ministro.
Nos dias de hoje, «não somos uma potência demográfica, nós não somos uma potência económica e nem militar, nem queremos ser esta última, mas somos um país que vale muito mais do que o seu território, a sua demografia e a sua economia em termos de influência» global, acrescentou Santos Silva, que destacou o peso diplomático de Portugal.
«Primeiro somos uma nação global e segundo temos poderes de influência críticos, como a língua, a nossa presença e a nossa representação», lembrou.
E acrescentou: «o Conselho da Diáspora é, tanto quanto me ocorre, a primeira instituição portuguesa relacionada com as comunidades e com a diáspora que exprime não apenas a facilidade da integração, não apenas a permanência do vínculo espiritual ou cultural, mas exprime também a influência de portugueses em países estrangeiros».