Imprimir

Partem de Deauville, Arcachon, Concarneau, O Sables d'Olonne, Saint-Quay-Portrieux, ou simplesmente de França. Depois de uma escala no porto de Funchal, escala técnica ou turística, navegam como tantos outros antes deles para oeste ou sul: Tahiti, Brasil, Caribe, as Saintes, Tânger, Canárias, Lanzarote, Cabo Verde, África do Sul ...

Graffitis de marinheiros no porto do Funchal 

Dão à volta ao mundo, exibem, escrevem e desenham o contorno do casco que os transporta, com as suas velas cheias de vento, o ano registado em letras bem grandes. O espírito de descoberta, mais que as conquistas ou as piratarias, ou outras formas de riqueza, animam-nos. O desempenho desportivo também, aliado às novas tecnologias não está longe.

Eles chamam-se Christophe, Isabelle, Stephane, Xavier, Jacques, Patricia, Mireille, Bernard, Bruno, Charly, Eric Olivier, Bento, Maria, Daniel, Cathy, Marion, Benjamin, Gideon, Victor, Celine, Gildas, Teddy Daniella Pierre, Dominique Guillaume, Martine, Marc, Ophelia, Patrick, Lulu, Gildas, Annabelle, Jean-Pierre ... Embarcaram no Merlin, Mama’bé, Fleur de Lys, Eole, Bel Espoir, Passe Cailloux, Abana, Métisse, Freydis, Capella, Astrolabe, Divine, Escapade, Liberté, Ginko, Poséidon, TudoBem, Caracol…

Às vezes resvalam os nomes dos motores em caso de avaria Bénéteau, Baudouin. Todas estas grafittis, tags, desenhos, pinturas, marcas, como quiserem chamar, dão um colorido à parede lateral do porto. Feitos por esses navegadores, de quem nada sabemos, esbatem-se com o tempo, corroídos pelo oceano. Estes marinheiros de uma temporada, de um ano ou de uma vida, marcaram a sua escala no Funchal. Para deixar um registo de sua passagem pela Madeira certamente, e talvez encorajar outros hesitantes, a embarcar na aventura. Um desejo de soltar as amarras?

in Lusojornal