A Fundação Instituto Português de Cultura (IPC) vai avançar com um projeto para formar líderes associativos na Venezuela com o objetivo de combater a «séria crise» de algumas associações portuguesas no país, inativas por falta de dirigentes.

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A informação foi dada pelo presidente do IPC, Fernando Campos, em Caracas, durante um espetáculo com as cantoras luso-venezuelanas Andreia Imaginário e Iliana Gonçalves, que marcou a celebração do 33.º aniversário do organismo.

«Fizemos um compromisso importante, não do ponto de vista cultural, mas do ponto de vista associativo. A Venezuela atravessa uma crise importante sobre tudo no movimento associativo que está carente de líderes novos», disse Fernando Campos à Agência Lusa.

De acordo com o presidente do IPC, as instituições luso-venezuelanas «estão seriamente ameaçadas», inclusive várias delas desde há «muito anos» têm «sérias dificuldades para conseguir pessoas de relevo», para continuar o trabalho feito no passado.

«O IPC está a oferecer para com os dirigentes associativos que estão ativos na comunidade, lançar um projeto para a formação e capacitação dos novos líderes associativos. Queremos garantir que as instituições portuguesas na Venezuela, continuarão a trabalhar em prol da comunidade», frisou.

Contudo, explicou, é preciso identificar «as pessoas com potencial capacidade para assumir esse papel», referindo que há luso-venezuelanos «que já estão a fazer algum trabalho, mas que precisam de formação e capacitação».

A ideia é «preparar essas pessoas para assumir responsabilidades num futuro próximo», tendo em conta que «as estruturas institucionais de algumas associações portuguesas na Venezuela estão realmente em crise e que há alguns casos em têm situações sérias», frisou.

«Este processo não é tão fácil porque temos que identificar as pessoas mas tendo em conta que há pessoas que já têm muito tempo á frente de algumas instituições e que é preciso que entendam que há que começar a abrir o passo (às novas gerações), porque e não fizermos isso as instituições vão morrer e quando eles já não estiverem ninguém saberá o que terá que fazer», acrescentou.

Segundo Fernando Campos, «é um trabalho que tem de ser feito entre as várias partes, tem que haver muitos atores, muitas pessoas a trabalhar nisto, e em que a experiência dos que já têm muito tempo é importante».

De acordo com o responsável, o IPC está também «muito focado» em divulgar as tradições e culturas portuguesas «no seio da comunidade venezuelana.»

«Isso é um dos principais objetivos que temos, o de universalizar o nosso idioma, a nossa cultura e fazer saber que Portugal tem poetas, escritores, atores de cinema, cantores, que é muito mais que gente honesta e que trabalha muito e que faz muitas coisas aqui na Venezuela», explicou.

Fernando Campos, explicou ainda que foi preciso ter muita força de vontade para celebrar o aniversário do IPC em duas cidades venezuelanas, Puerto Ordáz e Caracas, tendo em conta «a situação país».

«O IPC está a dar um passo importante, a mandar uma mensagem importante à nossa comunidade, de que a pesar do difícil que estejam as coisas, sempre há gente e vontade que quer trabalhar, fazer coisas novas», disse.

In «Revista Port»