O Presidente da República considerou que a política de migrações "é a grande escolha dos chamados grandes deste mundo, uma escolha ética", num discurso em que voltou a condenar o unilateralismo, os preconceitos e a intolerância.

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Marcelo Rebelo de Sousa falava na sessão de encerramento da conferência "A importância das Migrações para a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável", na Universidade Autónoma de Lisboa.

"Essa é a grande escolha dos chamados grandes deste mundo, uma escolha ética: Querem mesmo ser grandes, com o risco de serem pequenos aos olhos de muitos dos seus seguidores de cada momento? Ou querem ser pequenos, convictos de que a efémera popularidade do momento que os diz grandes conta mais do que o juízo implacável da história, sempre mais fiável do que a sua consciência?", declarou.

Numa intervenção de cerca de dez minutos, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se às migrações como "um desafio que não pode ser nem negado, nem ignorado, nem menorizado, nem adiado" e em relação ao qual já houve "um tempo perdido que em parte não pode mais ser recuperado".

Segundo o Presidente da República, este desafio "está longe de entusiasmar responsáveis que têm ciclos de poder cada vez mais curtos" e que "aderem agora à moda do unilateralismo", que qualificou de "um passo dramático".

O chefe de Estado rejeitou o unilateralismo, os preconceitos, o fechamento, a intolerância, e condenou quem opta por "exacerbar ódios, barreiras, egoísmos, a pensar em ganhar eleições, ou cultivar poderes pessoais".

Ao mesmo tempo, criticou "promessas irrealistas ilimitadas de aberturas sem enquadramento realista".

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que as migrações são, "antes de mais, um desafio ético".

"Agora, cabe-nos a todos nós tudo fazer tudo fazer para que os chamados grandes deste mundo não sejam dramaticamente pequenos quando confrontados com o que não tem sondagens, não tem marketing nem porventura expressão eleitoral, mas que é o mais importante da vida e o mais importante da política: a ética a conduzir o governo dos povos", acrescentou.

In «Sapo 24»