Por considerar que é importante dar a conhecer o que de bom existe na Europa, relacionado com a gastronomia da Região Autónoma da Madeira, é com prazer que noticio a existência do restaurante madeirense “Madeira STUFF” na cidade do Luxemburgo.

JoseAntonioGoncalves

Segundo um grande amigo da Madeira e antigo Embaixador da União Europeia junto às Nações Unidas, Vaticano e Ordem de Malta, hoje reformado e que é cliente habitual é “um restaurante de inegável qualidade”.

Armando e Florbela Figueiredo, ela nascida na Madeira, orgulham-se de servir pratos típicos da nossa Região Autónoma, confecionados com produtos vindos expressamente da Madeira. Cito, como exemplos, a espada preta, a banana, o maracujá, o atum e espero que brevemente a dourada e Charuteiro da aquacultura “offshore” da Madeira, espécies estas que, diga-se de passagem, impressionam, pela positiva, mesmo chefes de grande nomeada. A espetada e o bolo do caco têm, como não podia deixar de ser, um lugar de destaque na ementa. De referir que servem também a cerveja Coral e a nossa Brisa maracujá.

Este restaurante é, salvo erro, o primeiro genuinamente madeirense que está a funcionar no BENELUX.

E a propósito de sabores da Madeira, lembrei-me de um episódio/anedota que ilustra bem a “ginástica” que muitos tiveram de fazer para permanecer em alguns países europeus “sem papéis”, antes da entrada de Portugal na União Europeia.

Com efeito, um dia nos anos 1984/1985, ia a caminho do meu escritório em Bruxelas quando alguém de cabelo grisalho, fato escuro, gravata e... com o Financial Times debaixo do braço, pensei que era britânico..., se dirigiu a mim dizendo que me conhecia de vista e... que era madeirense. Perguntei-lhe se estava de visita a Bruxelas, convencido de que vivia no Reino Unido. Respondeu-me, com um grande sorriso, que vivia em Bruxelas mas, como ainda não tinha conseguido legalizar a sua situação, andava sempre de fato e gravata e usava o “Financial Times” como astucia para não ser “controlado” pela polícia. O facto é que a estratégia funcionou durante muito tempo, pois foram várias as vezes que encontrei esse nosso conterrâneo, sempre sem ter sido “incomodado” pelas autoridades belgas. Com os direitos, entretanto adquiridos, graças à entrada de Portugal na U.E. conseguiu obter os tão desejados “papéis” e voltei a encontrá-lo dessa feita como subgerente dum restaurante no centro da capital belga que servia, graças a ele, duas ou três especialidades madeirenses.

Mudando de assunto, com a aproximação do Verão e por conseguinte das férias grandes, é altura de pensar na visita à Região de muitos dos nossos conterrâneos e suas famílias. Confio que as autarquias, com ou sem pelouro de apoio às Comunidades Madeirenses, pensarão em criar ações ou programas que visem dar a conhecer a realidade da Madeira e do Porto Santo também em termos culturais onde, para certos grupos etários, creio, seria oportuno incluir uma visita ao interessantíssimo Arquivo Regional da Madeira em Santo António e se possível, uma visita à Universidade da Madeira. Seria ainda, e a meu ver, de grande importância aproveitar toda uma série de eventos desportivos e outros que se realizam e bem por toda a Região para provocar uma confraternização salutar entre os jovens luso descendentes, espalhados pelo mundo, de origem Madeirense que nos visitam e os que vivem e estudam na nossa terra. Seria enriquecedor para todos e a vários níveis.

Uma outra nota relacionada com os maravilhosos passeios a pé ao longo das nossas levadas e outros trilhos.

Penso que seria importante por razões óbvias, que, de uma forma natural, os hotéis e locais de alojamento dos nossos turistas, que ainda não o fazem, incluíssem no seu folheto de “Informações úteis” que colocam nos quartos, uma rúbrica relacionada com os passeios a pé, aconselhando os interessados a se munirem de sapatos adaptados à “marcha” bem como o de, por razões de segurança, não se lançarem à aventura sem uma informação adequada e de preferencialmente se fazerem acompanhar por guias especializados.

Agora que vamos entrar na “Festa da Flor”, resta-me fazer votos para que este evento de valor inquestionável e o seu deslumbrante Grande Cortejo Alegórico voltem a constituir, a bem da Madeira e da sua promoção turística, um enorme êxito.

In «Jornal da Madeira»